15 dezembro 2004

Teoria da conspiração

Refere o Dr. José Pacheco Pereira, no seu famoso blogue que "Já se percebeu como uma parte da campanha de Santana Lopes será feita: o governo caiu porque os grandes interesses económicos não queriam o OE, as suas medidas de combate à fraude fiscal, e de imposição de impostos à banca. É hábil, apela ao populismo, e aos amadores das teorias da conspiração, mas não é verdade. "
Caro Dr., se me permite a ousadia, não estou de acordo com esta visão simplista das coisas. Se calhar, sou um dos amadores das teorias de conspiração. Neste caso, então o que efectivamente fez cair o governo ? Já li e reli todos os seus comentários e não encontrei uma razão objectiva.
Ainda estou à procura. Aceito explicações.

14 dezembro 2004

Agarrem este bebé

Com pompa e circunstância q.b., o actual ex-primeiro ministro, juntamente com o seu parceiro de coligação, convocaram uma conferência de imprensa para informar os Portugueses que:

1. Vão efectuar um divórcio amigável;
2. Se tudo correr como esperam, irão fazer nova união de facto.

Elucidativo de que manda nesta família, logo o parceiro activo, foi o facto de o Dr. Paulo Portas ter falado o dobro do seu ex. colega de Governo. Daqui, depreendo que, salvo melhor interpretação, o Dr. Santana Lopes é o parceiro passivo.

Esperam eles ficar com o recém nascido, alvo da fúria da família. Para bem do País, espero que o bebé fique entregue a alguém com mais responsabilidade.

Para isso, solicitaram à celebridade conhecida no meio por abandonar os projectos em que participa e pela célebre frase “as minhas ricas filhas”, que venha para casa ajudar a tomar conta do rebento.

Espero que a sociedade civil esteja atenta ao futuro da criança, que por este andar vai continuar a sofrer.



11 dezembro 2004

A seguir com atenção

Os líderes dos PSD e do CDS-PP, Pedro Santana Lopes e Paulo Portas, respectivamente, acordaram uma coligação pré-eleitoral entre os seus partidos, na noite de ontem após a comunicação ao país do Presidente da República, Jorge Sampaio. Os resultados das últimas sondagens terão tido um elevado peso na decisão final.
Perante este acordo, como reagirá o aparelho do PSD, que aplaudiu a intervenção do Dr. Marques Mendes no congresso realizado em Barcelos ?

Um rosto para a história

Do blogue Causa Nossa:
Esta história foi contada no New York Times e referida hoje por Jacinto Lucas Pires na sua crónica d'A Capital:
Viktor Iuschenko, o candidato da oposição na Ucrânia - que, tudo indica, terá sido envenenado -, dirige-se à multidão de um púlpito em Kiev. Sobe e pergunta,
"Gostam da minha cara?"
Silêncio da multidão perante um homem cujo rosto se desfigurou em poucas semanas.
"Gostam da minha cara?" - repete Iuschenko.
"É esta a cara da Ucrânia de hoje".
E, súbito, num mundo cada vez mais deserto de referências e símbolos, um político entrou para a História.

Uma dúvida

Após ter televisionado o debate de ontem na RTP 1, dedicado ao tema da declaração do PR ao País, fiquei com uma dúvida, que espero ver esclarecida:
Por que motivo o semblante dos representantes da coligação (bem dispostos, sorriso pronto, resposta afiada) contrastava com o semblante dos representantes dos partidos da oposição (pose séria, roçando o carrancudo, argumentando em tom monorritmico) ?

02 dezembro 2004

O meu ponto de vista

Motivado pela decisão do PR em dissolver a Assembleia da República, importa lembrar o seguinte:
A constituição da República, no seu Art. 133º, alínea e) refere:
Compete ao Presidente da República, relativamente a outros órgãos:
Dissolver a Assembleia da República, observado o disposto no artigo 172.º, ouvidos os partidos nela representados e o Conselho de Estado;
Quanto ao Art. 172º
(Dissolução)
1. Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição, no último semestre do mandato do Presidente da República ou durante a vigência do estado de sítio ou do estado de emergência.
2. A inobservância do disposto no número anterior determina a inexistência jurídica do decreto de dissolução.
3. A dissolução da Assembleia não prejudica a subsistência do mandato dos Deputados, nem da competência da Comissão Permanente, até à primeira reunião da Assembleia após as subsequentes eleições.

Do ponto de vista formal, obviamente, não há nada a referir, pelo que esta questão tem que ser obrigatoriamente analisada do ponto de vista político. E é aqui que a política deixa de ser formal.

Não pondo em causa as criticas e elogios dos vários quadrantes interessados nesta matéria, um pormenor salta à vista, a tentativa de responsabilizar o PR pela não aprovação do OE.

Será que o Governo ainda em funções não percebe que este OE teve a particularidade de ser criticado por todos economistas e patrões de todos quadrantes políticos ? (Com a excepção do Luís Delgado, nas suas crónicas habituais do DN, do qual é administrador)

Será que este governo acha legítimo aprovar um OE sem saber qual o resultado das eleições que estão à porta ?

Qual o problema de funcionar por duodécimos ? Perde-se a política estrutural ? Mas que política ?

Brevemente voltarei a escrever sobre este assunto.