05 novembro 2004

Ao colega Karlos Alberto

A propósito das Scuts...
O Governo pretende obrigar os portugueses a pagar portagens, em vias que foram mandadas construir tendo por base uma filosofia de investimento nacional/regional.

Sem essas vias, algumas das regiões do interior que elas servem não estariam hoje tão desenvolvidas nem estariam dotadas de um dos principais pressupostos para o desenvolvimento: a existência de vias rodoviárias é condição necessária, pois sem elas não há escoamento e circulação de pessoas e bens.

Precisamos de aumentar a produção interna, necessitamos de servir a indústria do Turismo, e os recursos em combustível são escassos, pois não temos a matéria-prima.

As Scut têm que ser entendidas como investimento nacional. O País, quer regionalmente quer no seu todo, é rentabilizado pelas Scut. Elas cumprem a sua missão de valor acrescentado, suficientes para se pagarem a elas próprias. Elas geram receitas ocultas, não contabilizadas, e por este facto não se pode propagandear a ideia de que elas dão prejuízo. O problema está fundamentalmente no conceito e na mentira que os governantes querem transmitir ao cidadão. Isto é mais uma prova factual que os nossos governantes não sabem o que fazer nem sabem gerir a coisa pública. Sabem, isso sim, gerir os interesses de lobies e os seus próprios interesses.

Obrigar os utentes ao pagamento de uma portagem é um contra-senso, porque as Scut são investimento. Os seus resultados medem-se em termos de rentabilidade do desenvolvimento que provocam.

O problema está na gestão do valor acrescentado que as Scut criam, que não deve ser aplicado em assessores, secretárias, palacetes para os governantes, carros de alta cilindrada, luxos extravagantes e outras coisas mais, desnecessárias.

Pensar de outra maneira é não conhecer a realidade do País, como acontece com os políticos nossos governantes.

2 comentários:

Carlos Alberto Lopes (Ka) disse...

Caríssimo,

Se não concorda que sejam os utentes usuários a pagar, devo concluir que pagaremos todos ? E isso o que é ?
Não vou discutir se é desenvolvimento ou não, porque me parece obvia a resposta, o que não é óbvio para mim é que alguém construa e só depois se pergunte como vai pagar, neste e muitos outros casos é o que os nossos políticos fazem. Lembro-lhe a Casa da Música...

Carlos Alberto Lopes (Ka) disse...

Surpreenda-se...surpreenda-se.

A propósito de Scuts, afinal quem vai pagá-las ? Eu continuo a defender o utilizador pagador e o meu caro amigo ?